Do Lado de Fora do Latão: Quando a Boa Vizinhança Não Faz Parte da Rotina
Nesta quinta-feira, durante uma simples volta por duas ruas do meu bairro, fui surpreendido por cenas que inspiraram esta matéria. A equipe do Senhor Zeca, responsável por retiradas de entulhos, munida de dois caminhões, uma retroescavadeira e uma tropa de funcionários com pás e enxadas, realizou uma “geral” pelas ruas do Oscar Campos. Até a minha rua, não ficou de fora. Um trabalho que acontece pelo menos 2 vezes ao mês às terças ou sextas.
Mas, como dizem por aí, “santo de casa não faz milagre”. A população não ajuda. Mal os caminhões foram embora, um morador sem noção decidiu que seria uma ótima ideia dar uma repaginada no jardim e despejar tudo na calçada. Outros resolveram obstruir a galeria do Córrego Soledade com restos de obras. E ainda tem aqueles que, num raio de menos de um metro do latão de lixo, optam por despejar entulhos ali mesmo, no chão. Para melhorar o quadro, esse “presente” quase sempre aparece na calçada do vizinho, como é o caso de uma certa casa próxima à Praça da Bíblia — já famosa pela generosidade com a sujeira alheia.
A verdade é que a política da boa vizinhança anda esquecida. Todo mundo tem o direito de cobrar uma rua limpa, calçadas desobstruídas e também criticar o trabalho de capina e varrição que hoje não é feito com rotina (pelos milhões pagos pela prefeitura), serviço que deixa muito a desejar. Não pelos funcionários (que trabalham sob sol e chuva se necessário), mas pela Secretaria de Obras que paga e não cobra os responsáveis por um serviço de qualidade. Quer limpar o quintal ou reformar a casa? Maravilha! Mas que tal solicitar uma caçamba ou agendar a coleta de entulhos com a Secretaria de Obras? É só ligar, e funciona — eu mesmo já testei.
E antes de jogar o lixo na calçada do vizinho, lembre-se: ele cuida da dele assim como você deveria cuidar da sua. Afinal, se a boa vizinhança for pro ralo, quem vai arcar com as consequências é todo mundo.







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