Operação “Tá Tudo Tranquilo”: A Cortina de Fumaça Que Tenta Apagar o Incêndio Político em Bom Jesus

Quando a fumaça começa a subir demais, o governo aciona o modo “emergencial”. E foi exatamente isso que o prefeito Paulo Sérgio parece ter feito nas últimas semanas: lançou a Operação Tá Tudo Tranquilo. Mas será mesmo?

Vamos aos fatos — ou melhor, aos bastidores mal escondidos.

Primeiro veio a tal “licença”, aquela que mais parecia uma folga relâmpago do susto do dia anterior. O que aconteceu? Um oficial de Justiça bateu à porta da Prefeitura com um papel que não trazia boas notícias. Foi necessário até chamar o bombeiro Leo Gás para conter os ânimos. Coincidência? Só se for do tipo que convence criança em época de Papai Noel.

Logo depois, veio o asfalto. Um verdadeiro desfile de fotos com vereadores, um deputado e sorrisos forçados. Tudo parecia alinhado para dar ao deputado Thiago Rangel os créditos por algo que, na verdade, vem do Governo do Estado. E detalhe: seria apenas um disfarce para quase R$ 1 milhão já licitado em massa asfáltica pelo próprio município. Estamos de olho — cada metro conta, e sabemos que esse asfalto já tem “cinco filhos”. Alguém, com certeza, vai ficar sem leite no café da manhã.

Mas não parou por aí. Nas duas últimas semanas, Bom Jesus virou um verdadeiro barril de pólvora prestes a explodir. A Polícia Federal esteve na cidade — e não foi pra tomar café. No dia seguinte, foi juntada uma certidão no processo de captação ilícita de votos, também conhecida como compra de votos. Há quem diga que essa certidão traz o relatório com os depoimentos colhidos pela PF. Um deles, de uma moradora da Baixada Fluminense, filha do bairro Volta D’Areia, ativa na campanha, mas curiosamente distante da gestão atual. Roer as unhas virou esporte municipal por aqui.

E como se tudo isso fosse pouco, os blogs começaram a pipocar denúncias sobre a farra dos combustíveis e peças. Isso mesmo: tem investigação correndo em segredo de justiça — tanto no Ministério Público Estadual quanto na Justiça Federal. E não é de hoje. Desde 2024 tem gente com a pulga atrás da orelha (e o CPF na mira).

Ah, e o Tribunal de Contas do Estado? Até agora, a Prefeitura não conseguiu resolver as pendências da prestação de contas do exercício anterior. E olha que jurídico não falta — tem até ex-assessor do Ministério Público na equipe. Mas nem isso deu conta.

Por fim, surgem os vídeos, sorridentes e pacificadores. O tom é de quem quer dizer: “Fiquem tranquilos, está tudo sob controle”. Mas nós sabemos bem: é apenas mais uma jogada para tirar o foco das inúmeras representações que circulam pelo Judiciário — e pela própria Polícia Federal.

A novela está longe do fim. E o enredo? Ah, esse promete mais reviravoltas que muito reality show.

Fonte: MPF/MPRJ/TSE/WhatsApp