Mudanças no Atendimento Pós-Bariátrico: Pacientes em Bom Jesus Denunciam
Uma Economia que Custa Caro: Relatos de Pacientes Pós-Bariátricos.
Ao longo desta semana, este blog recebeu diversos relatos de pacientes pós-bariátricos com mandatos judiciais vigentes para consultas e exames especializados. As mensagens, provenientes do setor jurídico da Secretaria de Saúde, trazem preocupação e descontentamento dos usuários. Vamos aos fatos:
Uma das mensagens recebidas pelos pacientes por meio do WhatsApp da Secretaria de Saúde dizia:
“Bom dia, (nome da usuária). Tudo bem com a senhora? Recebemos um ofício do setor jurídico da Secretaria de Saúde informando sobre a revisão dos processos de cirurgia bariátrica. Foi definido que as consultas serão fornecidas exclusivamente pelos profissionais do município, todos vinculados ao SUS, e que o município não arcaraá mais com consultas particulares para os pacientes bariátricos. Como o SUS já disponibiliza esses profissionais, não há necessidade de pagamento por atendimentos particulares. Sendo assim, a partir de agora, a senhora será atendida pelo município, e as consultas serão agendadas pela Secretaria de Saúde. Basta comparecer ou mandar mensagem para realizar o agendamento.”
No entanto, em contato com o Procurador-Geral do Município, alega-se desconhecimento de qualquer orientação neste sentido. Uma advogada da Secretaria de Saúde informou que “a ordem veio de cima”, o que aumenta a perplexidade diante da situação. Vale ressaltar que todos os pacientes possuem mandatos judiciais vigentes, emitidos por um juiz ou juíza, que autorizam o município a arcar com os custos necessários ao acompanhamento especializado pós-cirúrgico.
A Realidade Alarmante
O acompanhamento de pacientes bariátricos exige uma equipe multidisciplinar especializada na área , incluindo psiquiatras, endocrinologistas, psicólogos e nutricionistas. No entanto, relatos indicam que a prefeitura não consegue atender à demanda atual desses profissionais, muito menos prover atendimento especializado na área de cirurgia bariátrica.
Essas usuárias já fazem acompanhamento com os mesmos profissionais há um tempo, e nenhuma delas deseja interromper ou recebeu alta médica do atual tratamento para começar do zero.
Segundo a psicóloga Helenice Brizolla Giampietro, do Centro de Cirurgia Bariátrica do HC-FMRP, a ausência de um acompanhamento especializado pode resultar em trocas de compulsões, como alcoolismo, drogas ou compulsão por compras. “É necessário manter a terapia após a cirurgia, para que os pacientes não troquem, mas eliminem toda e qualquer compulsão”, alerta a especialista.
Cálculo Frío: R$ 25 mil Anuais pela Vida dos Pacientes
Funcionários da Secretaria de Saúde apontam que o custo anual para atendimento particular de um pacientes pós-bariátricos não ultrapassa R$ 25 mil. Mesmo assim, o município optou por ignorar mandatos judiciais e interromper tratamentos fundamentais. O valor, que seria uma fração irrisória do orçamento municipal, coloca em risco vidas que dependem desse acompanhamento.
O Apelo à Justiça
Fazemos aqui um apelo à Defensoria Pública, ao Ministério Público e às juízas de nossa comarca para que façam valer a lei. É imprescindível que os mandatos judiciais sejam respeitados, garantindo aos pacientes pós-bariátricos o direito a um tratamento digno e adequado. Este blog reforça a importância de uma gestão pública responsável e comprometida com a saúde e o bem-estar da população.
Conclusão
Quando se economiza na saúde, quem paga o preço é a população. Que possamos usar este caso como ponto de reflexão e como alerta para que o direito à vida e à saúde prevaleça acima de cortes orçamentários desumanos. Seguimos acompanhando e denunciando, com a esperança de que a justiça seja feita.






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