As Prioridades da Secretaria de Assistência Social: Entre a Burocracia e o Descaso
Este blog já havia denunciado a absurda demora na entrega de cestas básicas aos usuários da Secretaria de Assistência Social e Habitação. O clamor parece ter surtido algum efeito, já que, após mais de quatro meses sem dar assistência a seus assistidos, a secretaria finalmente entregou algumas cestas. Contudo, não é preciso ser muito perspicaz para notar que este foi mais um “gesto simbólico” do que uma solução concreta.
Agora, é final de maio, e o empenho de R$ 48.769,00 realizado no dia 03 de abril para a empresa Alphs segue sem pagamento ou nota emitida. Talvez o problema seja a licitação “milagrosa” que vendia café Pilão e entregava uma marca desconhecida. Ou seja, se a licitação estiver mesmo correta, por que a dificuldade em entregar as cestas? Em outras palavras, as famílias que dependem desses mantimentos diários podem esperar, e muito. Afinal, burocracia parece ser a palavra de ordem.
Interessante observar que falta de dinheiro não é o problema. No dia 06 de maio, a secretaria empenhou R$ 19.446,20 para a aquisição de material gráfico junto à empresa Viceconte & Tardim. E vejam só: o pagamento foi realizado já no dia seguinte. (Aquela licitação em que um banner custa R$ 191,73 e foi vendido para a prefeitura por R$ 3,60.) Milagres acontecem só na administração de Bom Jesus.
Para não perder o ritmo, a secretaria também já empenhou R$ 77.700,00 em diárias de viagens, das quais R$ 75.457,00 já foram pagos. A maior parte desse montante destina-se a reuniões e cursos para servidores. Justo, talvez. Mas fica evidente que as cestas básicas — que representam uma necessidade vital para muitas famílias — não ocupam lugar prioritário no planejamento da secretaria.
Enquanto isso, o povo sofre. Sem assistência efetiva, muitos dependem de iniciativas como o Projeto A Rede, que continua realizando campanhas e fornecendo o suporte que deveria ser garantido pelo município.
Afinal, quais são as verdadeiras prioridades da Secretaria de Assistência Social e Habitação? O bem-estar da população ou a “manutenção” de uma estrutura que é eficiente apenas quando convém?




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