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Escala Invisível: Quem Trabalha Onde na Segurança Pública?

Escala Invisível: Quem Trabalha Onde na Segurança Pública?

Se alguém ainda acredita em milagre administrativo, Bom Jesus do Itabapoana é um prato cheio. Afinal, como explicar mais de 75 profissionais em RPA numa única folha de pagamento da Secretaria de Segurança Pública… e, ao mesmo tempo, a completa ausência de vigias nos prédios públicos?

A desordem é tão grande que, há mais de um mês, os relatos dos moradores são sempre os mesmos: unidades abandonadas, prédios sem vigilância e patrimônio público largado à própria sorte. Mas isso não significa falta de pessoal. Pelo contrário. Na folha, sobra gente.

Só na Secretaria de Segurança Pública, a frota de RPAs passa de 75 contratados. O curioso é que ninguém vê ninguém. Uma grande parcela aparece contratada como “Apoio Operacional” — cargo genérico que, convenientemente, abriga vários vigias e funciona também como forma de pagar salários melhores. Apoio a quê? Operando onde? Eis o mistério.

A UBS do Loteamento do Isaías é um exemplo gritante. Não se vê uma única alma viva por lá há tempos. Não se sabe sequer se o vigia é contratado, efetivo ou se existe apenas no contracheque. Ao buscar informações junto à Secretaria de Saúde, a resposta foi direta: “a responsabilidade pelo vigia é da Secretaria de Segurança”. Tentamos contato com a Segurança Pública, mas não houve retorno por telefone. O silêncio, aliás, parece ser regra.

Enquanto isso, os salários seguem pingando religiosamente: entre R$ 1.500,00 e R$ 2.500,00 por contratado. A pergunta é simples e legítima:
👉 Onde está a escala de trabalho?
👉 Onde cada vigia atua?
👉 Onde, afinal, cada RPA trabalha?

Não é paranoia. Já existe um inquérito em andamento na Polícia Federal, envolvendo três nomes dessa mesma secretaria, todos pagos sem terem prestado serviço algum. E aqui é importante frisar: não estamos falando de processo eleitoral. Este caso é criminal.

Este blogueiro, inclusive, é testemunha ocular de uma cena digna de filme pastelão: o chefe dos vigias gravando vídeo de um funcionário trocando de camisa, tirando fotos em diferentes pontos da Secretaria de Saúde, tudo para tentar “comprovar” que o servidor estava trabalhando.
Detalhe que desmonta a encenação: os vídeos anexados foram gravados em dias diferentes, algo facilmente perceptível. Basta observar a porta da UBS, sempre com a mesma sujeira acumulada. O cenário não muda. Não há movimentação, não há limpeza, não há sequer um latão de lixo no local. O abandono é tão constante que virou marca registrada.

Se isso não é prova de descontrole, é prova de criatividade administrativa.

Fica a pergunta incômoda: existe algum vereador que não tenha indicado alguém nessa secretaria para agora cobrar a lista completa de lotação? Difícil acreditar. Ainda assim, este blog vai atrás da relação de nomes. Porque, no fim das contas, só cabe ao secretário esclarecer onde cada contratado realmente trabalha.

O problema não é falta de profissional na folha. É falta de profissional nas repartições.

E tem mais. Segundo informações, a Secretaria de Obras ainda disponibiliza diversos vigias e zeladores de praças, enquanto outras secretarias mantêm funcionários próprios para cuidar de prédios públicos. Somando tudo, a conta é simples e assustadora: mais de 150 contratados apenas para cuidar de prédios e praças públicas.

É gente demais no papel.
Vigia de menos na porta.

Ou alguém apresenta a escala e explica esse milagre…
ou essa “organização” continua caminhando, tranquilamente, para virar mais um caso de polícia.

Fonte: Portal da Transparência / WhatsApp

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