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MPF investiga denúncia contra Carlos Jordy por uso de empresa de fachada em campanha

MPF investiga denúncia contra Carlos Jordy por uso de empresa de fachada em campanha

Deputado do PL é acusado de contratar firma suspeita para comunicação eleitoral em Niterói

O Ministério Público Federal (MPF) vai apurar uma denúncia envolvendo o deputado federal Carlos Jordy (PL-RJ), que concorreu à prefeitura de Niterói em 2024. Segundo a coluna de Lauro Jardim, de O Globo, o parlamentar é acusado de contratar com recursos de campanha uma empresa que seria de fachada, numa possível tentativa de burlar as regras eleitorais e de prestação de contas.

A empresa citada na denúncia é a Jorual Tecnologia e Comunicação, registrada sob a razão social de Cleonice Loureiro Alves. A firma recebeu R$ 1,5 milhão da campanha de Jordy e foi aberta em junho de 2024 — apenas quatro meses antes do pleito —, o que levantou suspeitas sobre sua real estrutura e capacidade operacional.

Endereço residencial e telefone familiar

De acordo com a representação enviada ao MPF, a empresa tem sede registrada em uma casa modesta no bairro Serra Grande, em Niterói, sem qualquer sinal de atividade comercial no local. Além disso, o telefone fornecido à Justiça Eleitoral seria da filha da proprietária, Michelle Alves, e não da própria empresa.

A denúncia alega que esses elementos sugerem o uso de uma empresa de fachada para justificar movimentações financeiras fictícias ou ocultar o verdadeiro destino dos recursos de campanha — conduta que pode configurar crimes como falsidade ideológica eleitoral, lavagem de dinheiro e desvio de verba eleitoral.

Jordy nega irregularidades

Em nota, Carlos Jordy afirmou que não teve acesso à denúncia e negou qualquer prática ilícita. Segundo ele, a empresa foi contratada dentro da legalidade e o endereço residencial mencionado foi alugado para funcionar como estúdio de campanha.

“A Jorual Tecnologia e Comunicação, sob razão social Cleonice Loureiro Alves, é parte do Grupo Jorual, que atua no mercado há mais de 20 anos. Prestou serviços em inúmeras campanhas em diversos estados do país”, declarou o deputado. Ele também destacou que os serviços foram prestados a um custo 50% inferior ao de seu adversário.

O MPF deve agora analisar se há indícios suficientes para instaurar um procedimento investigativo ou arquivar o caso.

A contratação de empresas recém-criadas com indícios de inatividade comercial é um dos pontos frequentemente monitorados pela Justiça Eleitoral, especialmente em campanhas que movimentam grandes quantias públicas e privadas.

Fonte: Agenda do Poder/Gustavo Kaye

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