Prefeito Avança com o Projeto da “Ponte da Insanidade”
No dia 28 de maio, o prefeito Paulo Sérgio Cyrillo encaminhou um ofício ao secretário das Cidades solicitando apoio para a construção de uma nova ponte sobre o Rio Itabapoana, ligando Bom Jesus do Itabapoana (RJ) a Bom Jesus do Norte (ES).
Segundo o documento, a ponte teria 11 metros de largura, sendo 7,20 metros destinados à passagem de veículos e 3 metros para pedestres. O valor estimado da obra impressiona: R$ 12.416.029,60 (doze milhões, quatrocentos e dezesseis mil, vinte e nove reais e sessenta centavos).
A justificativa oficial
No ofício, o prefeito argumenta que os dois municípios são separados pelo rio e que hoje a circulação é feita apenas por duas pontes. Para ele, a nova ligação traria:
- Melhor fluidez no tráfego e eliminação de conflitos;
- Restauração do pavimento na área impactada;
- Soluções de drenagem contra alagamentos;
- Ciclovias e ciclofaixas, promovendo mobilidade sustentável;
- Redução no tempo de percurso entre as duas cidades.
O que ficou de fora
No entanto, o prefeito esqueceu de mencionar que já existe uma ponte no Laguinho, construída justamente para receber veículos pesados, desafogando o tráfego central. O problema é que a utilização dessa ponte não vem sendo devidamente incentivada ou organizada.
Além disso, a realidade do trânsito em Bom Jesus não precisa de mais uma ponte mal planejada, mas de uma gestão eficiente:
- Semáforos desorganizados, sem sintonia no abrir e fechar;
- Faixas amarelas em excesso, que confundem mais do que ajudam;
- Ausência de um plano de mobilidade urbana viável;
- Trânsito caótico nos horários de pico na região central.
Colocar a nova ponte justamente na entrada do bairro mais populoso da cidade pode transformar o que já é complicado em um verdadeiro colapso no trânsito.
A polêmica com Bom Jesus do Norte
Se o projeto já parece estranho em Bom Jesus do Itabapoana, do outro lado do rio a situação é ainda mais delicada. Em ofício enviado pela Prefeitura de Bom Jesus do Norte-ES, assinado pelo prefeito Taninho, o posicionamento foi claro:
“Não há oposição à realização da intervenção, desde que não haja necessidade de aporte financeiro do município de Bom Jesus do Norte.”
Ou seja, Taninho aceita a ponte, mas não paga o abacaxi.
Mais grave ainda é o alerta feito pela Subsecretaria: o município de Bom Jesus do Itabapoana não tem competência legal para negociar desapropriações em território capixaba. Isso levanta a dúvida: estaria o prefeito Paulo Sérgio disposto a arcar até mesmo com desapropriações em outro estado?
A “Ponte da Insanidade”
O projeto, que deveria simbolizar integração e progresso, parece cada vez mais um caso de planejamento equivocado e prioridades trocadas. Em vez de resolver os problemas reais de mobilidade urbana, o município corre o risco de investir mais de R$ 12 milhões (doze milhões, quatrocentos e dezesseis mil, vinte e nove reais e sessenta centavos) em uma obra que pode agravar o trânsito, gerar conflitos jurídicos e beneficiar pouco a população.
Enquanto isso, os problemas do dia a dia — trânsito desordenado, semáforos sem lógica, falta de planejamento — seguem sem solução.
A ponte pode até sair do papel, mas ao que tudo indica, a conta ficará com Bom Jesus do Itabapoana.
Fonte:Site Gov Rio de Janeiro



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