Rosal Perde Mais Um Investimento: O Show de Prioridades da Prefeitura de Bom Jesus
Rosal perde mais um investimento. Desta vez, a Prefeitura de Bom Jesus do Itabapoana deu mais um passo rumo àquilo que poderíamos chamar de “gestão desapegada” ao abrir mão do projeto de implantação do Sistema de Esgotamento Sanitário do distrito, no modelo de wetlands. Esse projeto, executado pelo Comitê de Bacias Hidrográficas do Baixo Paraíba do Sul e Itabapoana (CBH BPSI), está na pauta desde 2017 e tinha recursos na casa dos R$ 800 mil prontos para serem investidos. Mas parece que o “apetite” por um Rosal melhor não é prioridade.
A justificativa da Prefeitura? Bem, segundo o ofício enviado ao CBH BPSI, o município optou por aguardar os desdobramentos do Edital de Licitação do Consórcio Público Intermunicipal de Desenvolvimento do Norte e Noroeste Fluminense (CIDENNF). Em outras palavras, preferem um modelo de privatização, mesmo que isso signifique enterrar um projeto já aprovado, com terreno doado e um caminho claro para beneficiar o distrito.
Agora, vamos ao detalhe curioso: a “voz da comunidade” foi citada como justificativa. Mas quem em Rosal foi ouvido? Aparentemente, ninguém. Nem mesmo o Comitê de Bacias, que recebeu a resposta após insistir por e-mail, parecia estar ciente da disposição do prefeito Paulo Sérgio de redirecionar a verba para outro projeto. E que projeto é esse? Algo completamente novo: um reservatório em sistema de esponja para controlar enchentes no rio Itabapoana. Não é que não seja uma ideia louvável, mas começar do zero quando Rosal já estava à beira de ter seu esgoto tratado parece, no mínimo, um contrassenso.
O projeto original não era apenas um sonho. Desde a gestão de Roberto Tatu, ele vinha sendo articulado, com apoio do Comitê de Bacias e engajamento local – incluindo a doação do terreno por uma moradora. A estação de tratamento de esgoto não seria apenas um marco de infraestrutura, mas também um grande alívio ambiental para a região.
E então, o que fez o município abrir mão de um projeto aprovado, financiado e prestes a sair do papel? Ao que tudo indica, a resposta está no famigerado modelo de privatização. O discurso oficial alega a importância de não comprometer a “concorrência” do CIDENNF. Mas a pergunta que fica é: e o impacto imediato na qualidade de vida da população de Rosal?
Enquanto isso, os moradores do distrito seguem sem saneamento adequado e sem perspectivas claras. A “gestão desapegada” pode até parecer uma abordagem inovadora, mas, neste caso, soa mais como descaso. E assim, Rosal perde mais uma vez, em um jogo onde os perdedores sempre parecem ser os mesmos.






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