💸 Quase R$ 400 Mil em Diárias: A Câmara Municipal de Bom Jesus na Corrida do Ouro (ou das Viagens)

Se tem algo que não para em Bom Jesus do Itabapoana, não é o progresso — são as diárias da Câmara Municipal.
Nosso blog apurou que a Casa do Povo (ou seria a Casa de Viagens?) empenhou exatos R$ 398.499,07 (trezentos e noventa e oito mil, quatrocentos e noventa e nove reais e sete centavos) em diárias de viagens. Isso mesmo: quase quatrocentos mil reais para garantir que vereadores, motoristas, comissionados e servidores pudessem “representar” o município — sabe-se lá onde e em quantas idas e vindas.

Só para os nossos ilustres vereadores, foram R$ 202.950,00 (duzentos e dois mil, novecentos e cinquenta reais).
E os campeões do passaporte carimbado são:
🏆 Haroldo Garcia, com R$ 32.284,00 (trinta e dois mil, duzentos e oitenta e quatro reais),
e 🥈 Pedro Renato, com R$ 27.161,00 (vinte e sete mil, cento e sessenta e um reais).
É viagem que não acaba mais. Quase dá para fazer um roteiro turístico: “De Bom Jesus ao Brasil — uma aventura bancada pelo contribuinte.”

Mas calma que a lista continua.
Entre os motoristas da Câmara, o total foi de R$ 162.087,00 (cento e sessenta e dois mil e oitenta e sete reais) em diárias — e aqui vale o registro: esses, sim, rodam de verdade.
São eles que garantem o transporte de vereadores, servidores e documentos oficiais, enfrentando estrada, plantões e deslocamentos que fazem parte do trabalho.
O destaque vai para um motorista que recebeu quase R$ 90.000,00 (noventa mil reais) em diárias no ano.

O restante, R$ 33.462,00 (trinta e três mil, quatrocentos e sessenta e dois reais), foi dividido entre servidores comissionados e efetivos.
Ou seja, o vereador Haroldo, sozinho, quase igualou o total de todos os servidores fixos e comissionados da Câmara. E detalhe: viajou mais que um motorista que recebeu R$ 25.400,00 (vinte e cinco mil e quatrocentos reais) no ano. Esse é realmente um vereador “em movimento”.

E aí vem a pergunta que não quer calar:
👉 Com tanta viagem, sobra tempo pra fiscalizar alguma coisa?

A resposta parece estar no orçamento:

• A folha de pagamento de comissionados da Câmara ultrapassa R$ 1.070.000,00 (um milhão e setenta mil reais) por ano.
• E os salários dos 13 vereadores custam R$ 1.470.000,00 (um milhão, quatrocentos e setenta mil reais) anuais aos cofres públicos.
  Ah, e o 13º salário dos nobres já foi praticamente todo pago. Tudo em dia — diferente das fraldas, medicamentos e cestas básicas, que seguem em falta.

Enquanto isso, o que vemos? Vereadores agradecendo à Secretaria de Assistência Social por atender “pedidos pessoais” para festas de crianças — ações que, na verdade, já estavam previstas em orçamento e projetos das gestões anteriores.
Ou seja, um agradecimento de marketing político, pago com dinheiro público, claro.
E o pior: nenhum tipo de fiscalização do Ministério Público sobre esse uso indevido da máquina pública, onde secretarias e vereadores trocam favores e créditos como se o dinheiro fosse deles — e não da população.

Mas nada acontece.
Nem CPI, nem investigação, nem indignação.
O Legislativo e o Executivo seguem de mãos dadas — talvez até trocando milhas de viagem — sob o olhar sereno da lei.

Porque em Bom Jesus, fiscalização mesmo, só nas diárias.

Fonte: Portal da Transparência